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Já haviam se
passado mais de cinco luas desde aquele encontro nas colinas. Seus olhos nunca
mais esqueceram aquele brilho âmbar. Seu corpo sentia falta de
um único abraço, e o perfume da floresta de carvalhos pela manhã parecia estar impregnado em sua pele. Todos os dias ela havia retornado aquela
colina, sempre no mesmo horário, na esperança de encontrá-lo
novamente, mas todas às vezes retornou sozinha. Seu coração estava preso,
ligado ao jovem de traços fortes e mãos delicadas. E só existia uma maneira de
resgatá-lo, encontrando o jovem que o prendeu. E a única maneira que ela
conhecia para fazer isso estava ali, em suas mãos.
Folhando o pesado
livro, procurava uma receita mais que especial, a "receita para encontrar
corações". Podia parecer estranho, mas foi exatamente assim que sua avó lhe
explicara quando perguntou para que servia aquele estranho chá de flores e
frutos.
- Quando se perde
o coração, minha filha, perde-se também a alma! - dizia ela, enquanto amassava
algumas folhas de malva e calêndula no pequeno pote de barro.
E agora podia
sentir claramente o significado daquelas palavras. Ele não levara apenas seu
coração, aprisionara sua alma, e isso a assustava.
Sentada outra vez
sob a grande macieira, releu atentamente a antiga receita, e procurou anotar
todos os ingredientes, a maioria encontrados no jardim ou na cozinha da senhora
Flynn. Mas o que a inquietou foi a lua, teria que esperar até que estivesse
cheia novamente, pois só a luz da lua pode iluminar um coração perdido.
Olhando para o céu, para o pequeno filete de luz que começava a se formar, num profundo suspiro, fechou os olhos e pode ouvir a doce melodia que a fazia lembrar do seu coração.
Olhando para o céu, para o pequeno filete de luz que começava a se formar, num profundo suspiro, fechou os olhos e pode ouvir a doce melodia que a fazia lembrar do seu coração.
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