sexta-feira, 3 de julho de 2009

Minha dor e meu amor...

... Por amor à sua dor!
Vimpire - by Edvard Munch

A Noite sem Lua


Desta vez a lua não estava no céu, a noite era escura e gelada, o vento que soprava parecia penetrar em seus ossos.
Por mais macabra e assustadora que parecessse aquela cena, para ela era confortantante e calmo...
Seus pensamentos eram quase que reais, cada imagem que se formava parecia criar vida na imensidão escura.
Aquele era um momento estranho até mesmo para ela, seus monstros e medos estavam todos ali, diante de seus olhos, tão reais quanto a noite que a congelava! O cão de sete olhos, a serpente de três cabeças, a besta de dentes amarelos e olhos vermelhos, a velha cega, o corvo de penas ensanguentadas... todos pareciam assustadores quando eram só medo, mas agora eram tão singelos que poderia deitar-se a seus pés e adormecer.
O cão olhava para ela como um filhote quando suas mãos tocaram seu pelo grosso e negro num afago quase infantil, a serpente enrrolara-se em seus pés como um docil bicho de estimação, o corvo repousava em seu ombro e a besta deitara em seu colo e dormia enquanto a velha contava-lhe histórias de antigas aventuras em uma terra que jamais existiu, num mundo em que nunca amanhece.
Parecia perfeito, não fosse a fotografia macabra que a cena lhe trazia aos olhos...
O que estaria acontecendo? Porquê personagens tão nefastos lhe pareciam tão amáveis? Onde estaria a luz que deveria brilhar e desaparecer com tudo? Ela não entendia, mas ainda assim sentia-se estranhamente feliz, ela não estava mais sozinha...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Destino ou Fatalidade?


Do amor ela só conhecera a dor.

As desilusões e as decepções fizeram com que criasse sua própria armadura.

Já somavam mais de cinco anos que seus sentimentos estavam aprisionados, prometera a si mesma que jamais voltaria a amar! O amor sempre fora para ela uma dor latente.

Sua visão ainda estava embaçada, seus pensamentos ainda estavam perdidos e seus sentimentos ainda mais confusos.

Durante muitos anos manteve-se protegida, e por medo de sofrer evitou de todas as formas que seu coração participasse de suas decisões, manteve friamente a razão, controlando cada sentimento e evitando cada envolvimento.

Agora, ela não sabia dizer exatamente em que ponto havia perdido esse controle, mas seu coração a havia traído. E como um passáro ingenuo e desavisado foi pega pela armadilha do amor e aquela estranha dor novamente latejava em seu peito.

Sentia-se novamente frágil e como um castelo de areia sob a onda do mar toda aquela armadura havia se desfeito, estava vulnerável, completamente desprotegida.

Não sabia dizer se havia sido o sorriso que a encantava, a doçura com que a abraçava, o tom suve de sua voz ou simplismente o olhar que a desarmava, mas sabia que ele a havia vencido, que agora todo o seu mundo de proteção estava desfeito, sua alma estava novamente exposta.

Quem era ele? Como conseguira invadir assim tão sorrateiramente seus sentimentos? E agora, o que faria com essa conquista? Saberia controlar esse coração tão intenso? Aceitaria esse amor tão guardado e tão protegido? Eram tantas perguntas que seus pensamentos pareciam demais pra ela.

O medo de sofrer, de amar sem ser amada a faziam tremer. As noites de solidão agora estavam preenchidas pela angustia do nao saber. Estava tão assustada que não conseguia nem fugir, não sabia como evitar.

A única coisa que restava era fechar os olhos, pedir aos ventos que a protejessem e aceitar... mesmo sem saber se era amor ou dor...