E aos poucos as imagens, que eram tão claras e nítidas, vão ficando desbotadas, meio borradas, como se o tempo as estivesse consumindo. Os risos, tão alegres e constantes, são cada vez mais raros e fracos. E a cada passo dado pela pequena de olhos negros, mais distante ela fica de tudo o era para ser.
O frio aumenta a cada
dia. A paisagem perde suas cores aos poucos, e fica coberta por um branco que a
cega. Ela fecha os olhos na tentativa de fazer parar o tempo. "Não! Não
destrua o que ainda nem foi construído." Um grito sai de sua garganta,
acordando Fergus, o cão de olhos amarelos, que a protege desde que saiu das
frias masmorras de Thzir. Fergus dormia a alguns meses, desde que acreditou não
haver perigos para protegê-la. Mas seu grito foi de um desespero tão latente
que Fergus despertou imediatamente.
Ela estava assustada,
sozinha e as lágrimas já embaçavam seus olhos quando a grande figura negra de
olhos amarelos se aproximou e deitou em seu colo. E ela entendeu...
Uma sombra de sorriso
ousou se formar quando as palavras não ditas ecoaram em sua cabeça: "Você
não está sozinha". Mas outro pensamento a fez sentir calafrios...
"É noite outra
vez..."
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